"Você não é todo mundo"
Era domingo a noite, depois de um fim de semana agitado. Estava em casa, com uma amiga, descansando em meu quarto, até que: "PLIM", nos duas recebemos uma mensagem, um convite para uma festa de última hora.
Estávamos quase prontas, quando fui até a sala onde meu pai estava focado no jogo de futebol e, parada na porta, exclamei:
- Papaizinho lindo do meu coraçãão...
- O que você quer?- disse, sem tirar, nem por um segundo, os olhos da televisão
- Entãão... queria saber se eu poderia ir numa festa agora...- mas nem tive oportunidade de continuar, pois fui interrompida, por um curto e grosso "NÃO, você não vai"
Mesmo depois de levar aquela dolorosa resposta, não desisti!
- Mas paiii, todo mundo vaii!!
E foi nesse momento, que escutei a mais decepcionante e frustrante frase que qualquer pai (ou mãe) pode dizer para um ser humano em formação.
-Você não é todo mundo!- ainda, ao falar isso, sua atenção estava totalmente voltada para o jogo, que estava aos quarenta minutos do primeiro tempo.
Ao escutar o famoso "você não é todo mundo", uma vontade de gritar tomou conta de mim, mas não gritar um simples "AAAAAHHH!!!", e sim fazer um longo monólogo em alto volume, de tanta coisa que queria botar para fora.
Ainda com raiva e parada na porta, não conseguia falar nada. Toda vez que pensava como poderia responder, falando tudo o que eu queria, acabava com a pouca chance que eu ainda tinha de ir a festa. Mas mesmo com tanta raiva, fechei a porta cautelosamente e voltei para meu quarto onde minha amiga estava, e provavelmente onde eu bolaria um magnifico plano, para conseguir ir.
Depois de conversarmos, continuei seguindo na reflexão sobre "você não é todo mundo"... Pensamos em um jeito para tentar o convencer meu pai, pois era uma simples festa, não ir de carro pra Jamaica. Então elaborei um esplendido plano: iria arranjar carona para ida e volta, assim meu pai não teria que sair de casa, e não havia motivo algum para que eu não pudesse ir. Afinal, não atrapalharia a rotina de domingo a noite e seria como eu estivesse eu meu quarto assistindo um filme, o que provavelmente faria se eu ficasse em casa. Mas também chegamos à conclusão que não poderia levantar o tom de voz ou ser muito agressiva nas palavras, o que geralmente acontece quando fico com raiva e nervosa.
Cheguei na sala, e vi minha oportunidade: o jogo estava no intervalo e o time pelo qual meu pai torce estava dois gols na frente do adversário. Aproveitei e disse:
-Uau, acho que esse jogo tá no papo, hein?- nossa, nunca pensei que falaria uma frase de pai, com tanto falso entusiasmo, mas mesmo assim mantive a pose e fingi interesse.
- Não podemos levar o jogo como ganho, porque o juiz tá super comprado- ficamos conversando sobre futebol para poder ganhar sua confiança, e assim poder atacar.
- Mas pai, lembra daquela festinha que eu queria ir?- e dessa vez, finalmente, os olhos de meu pai estavam direcionados a mim e não ao bendito jogo.
- Como eu poderia esquecer, o que houve? Qual parte do "você não vai" você não entendeu?
- Papai, já cuidei de tudo, tenho carona para ir e voltar e dinheiro, além de que, estarei de volta em casa às nove e meia...
- Quem vai?- Nesse momento, comecei a inventar vários nomes, como se fossem meus amigos de longa data, chamando até por apelido carinhoso.
- Tudo bem, por mim você pode ir - Assim que ele falou isso, queria pular de tanta alegria, mas esperei, como se estivesse tudo sob controle, afinal estava tudo calculado.
- Brigadãooo paaiiiii!!!! Vou terminar de me arrumar porque a carona já está chegando. Cheguei no quarto, comemorei demais, e mesmo não sendo todo mundo, vou na festa que todo mundo vai. Mas descemos rápido, para não ter que cruzar com minha mãe e ter que convencer mais um, correndo o risco de levar um não de novo, e ter que bolar outro plano magnífico e esplêndido...
Estávamos quase prontas, quando fui até a sala onde meu pai estava focado no jogo de futebol e, parada na porta, exclamei:
- Papaizinho lindo do meu coraçãão...
- O que você quer?- disse, sem tirar, nem por um segundo, os olhos da televisão
- Entãão... queria saber se eu poderia ir numa festa agora...- mas nem tive oportunidade de continuar, pois fui interrompida, por um curto e grosso "NÃO, você não vai"
Mesmo depois de levar aquela dolorosa resposta, não desisti!
- Mas paiii, todo mundo vaii!!
E foi nesse momento, que escutei a mais decepcionante e frustrante frase que qualquer pai (ou mãe) pode dizer para um ser humano em formação.
-Você não é todo mundo!- ainda, ao falar isso, sua atenção estava totalmente voltada para o jogo, que estava aos quarenta minutos do primeiro tempo.
Ao escutar o famoso "você não é todo mundo", uma vontade de gritar tomou conta de mim, mas não gritar um simples "AAAAAHHH!!!", e sim fazer um longo monólogo em alto volume, de tanta coisa que queria botar para fora.
Ainda com raiva e parada na porta, não conseguia falar nada. Toda vez que pensava como poderia responder, falando tudo o que eu queria, acabava com a pouca chance que eu ainda tinha de ir a festa. Mas mesmo com tanta raiva, fechei a porta cautelosamente e voltei para meu quarto onde minha amiga estava, e provavelmente onde eu bolaria um magnifico plano, para conseguir ir.
Depois de conversarmos, continuei seguindo na reflexão sobre "você não é todo mundo"... Pensamos em um jeito para tentar o convencer meu pai, pois era uma simples festa, não ir de carro pra Jamaica. Então elaborei um esplendido plano: iria arranjar carona para ida e volta, assim meu pai não teria que sair de casa, e não havia motivo algum para que eu não pudesse ir. Afinal, não atrapalharia a rotina de domingo a noite e seria como eu estivesse eu meu quarto assistindo um filme, o que provavelmente faria se eu ficasse em casa. Mas também chegamos à conclusão que não poderia levantar o tom de voz ou ser muito agressiva nas palavras, o que geralmente acontece quando fico com raiva e nervosa.
Cheguei na sala, e vi minha oportunidade: o jogo estava no intervalo e o time pelo qual meu pai torce estava dois gols na frente do adversário. Aproveitei e disse:
-Uau, acho que esse jogo tá no papo, hein?- nossa, nunca pensei que falaria uma frase de pai, com tanto falso entusiasmo, mas mesmo assim mantive a pose e fingi interesse.
- Não podemos levar o jogo como ganho, porque o juiz tá super comprado- ficamos conversando sobre futebol para poder ganhar sua confiança, e assim poder atacar.
- Mas pai, lembra daquela festinha que eu queria ir?- e dessa vez, finalmente, os olhos de meu pai estavam direcionados a mim e não ao bendito jogo.
- Como eu poderia esquecer, o que houve? Qual parte do "você não vai" você não entendeu?
- Papai, já cuidei de tudo, tenho carona para ir e voltar e dinheiro, além de que, estarei de volta em casa às nove e meia...
- Quem vai?- Nesse momento, comecei a inventar vários nomes, como se fossem meus amigos de longa data, chamando até por apelido carinhoso.
- Tudo bem, por mim você pode ir - Assim que ele falou isso, queria pular de tanta alegria, mas esperei, como se estivesse tudo sob controle, afinal estava tudo calculado.
- Brigadãooo paaiiiii!!!! Vou terminar de me arrumar porque a carona já está chegando. Cheguei no quarto, comemorei demais, e mesmo não sendo todo mundo, vou na festa que todo mundo vai. Mas descemos rápido, para não ter que cruzar com minha mãe e ter que convencer mais um, correndo o risco de levar um não de novo, e ter que bolar outro plano magnífico e esplêndido...
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